Bomba Relógio

          Bomba relógio seria uma bomba com tempo determinado para explodir. A única alternativa é desligá-la. Ou então, com certeza ela explodirá no devido tempo. Outra questão interessante é que geralmente ela está em um lugar de difícil acesso. Tem um intricado mecanismo de detonação etc. O que acabo de escrever é fruto do senso comum. Não sou especialista no mesmo. Mas gostaria de tomar a bomba relógio como figura dos problemas existentes no mundo. Com um agravante, às vezes esses problemas são resolvidos, ou pelo menos encaminhados; mas, sempre um inimigo, ou um amigo desavisado aciona a contagem regressiva.

           Nos atentados terroristas, com homens-bombas ou não, percebemos os estragos que esses artefatos produzem nos espaços físicos, bem como naqueles que por fatalidade (ou programa) ali se encontraram. A bomba relógio interior do homem; a bomba relógio relacionamentos; a bomba relógio religião; a bomba relógio família etc. São bombas que foram colocadas ou desenvolvidas dentro da nossa sociedade que precisam ser desligadas. O interessante é que nos parece que essas bombas são, por um tempo, indestrutíveis. Não estou afirmando que as facetas da sociedade são por si bombas. Não. Estou afirmando que existem bombas relógio nelas. Ou seja, se nada fizermos, ela explodirá. Se formos mexer, elas podem explodir antes do tempo. E agora o que devemos fazer? Deixar explodir por si (ganhando tempo) ou mexer para tentar desligá-la, correndo o risco?

          Penso que a melhor opção, ou menos ruim, por que seria melhor se não houvesse bomba; é mexer e tentar desligá-la. Para mexer precisamos entender, pelo menos, um pouco do emaranhado de fios. Tenho prá mim que o primeiro é uma COISINHA chamada egoísmo. Não tem como desligarmos as bombas se não estivermos dispostos a cortar esse fio. Pense como é difícil encontrá-lo! E como é difícil cortá-lo! Mas quando o cortamos, outro logo se apresenta: O valor próprio. Tenho que descartar os meus valores? Não. Mas eles não podem estar em primeiro lugar. Eles devem existir, e estarem bem definidos, mas não podem estar acima de quaisquer avaliações, nem dos valores dos outros. Logo em seguida, surge o ludibriar, palavra bonita, mas é tão nociva, seria o cerne de uma bomba atômica, ou bacteriológica. Tirar vantagens; passar a perna; ser o primeiro, sempre etc. Essa característica é ensinada implícita e explicitamente, em todos os lugares. Esse fio é cinza, quase transparente. É difícil! Mas ai surge a indiferença, o desprezo e a rejeição. Três elementos terríveis que constitui a bomba. E finalmente, o animalesco, instinto de preservação. Para eu existir, viver bem; você, se for necessário, é descartável. O instinto de preservação é necessário, mas ele não pode ser maior que o amor. Por isso que não se mata por amor; se morre por amor. Se quiserem me destruir, na minha defesa, posso até vir a destruir o meu ‘oponente’; mas a primeira atitude deve ser tentar entender o porquê do ataque, é claro, que às vezes não dá tempo, contudo devo tentar restabelecer a paz. Ou seja, Não é errado se preservar; o errado é se preservar destruindo os outros.

         Bom, que coisa difícil é desligar essa bomba. Prá onde nos viramos vemos essas coisas. E às vezes valorizadas. É mais fácil falar, escrever; do que desligar. Mas a cada dia se aproxima o dia D, o dia que cada um de nós tem que enfrentar o marco zero. Não dá pra fingir que nada está acontecendo, pois acontecerá. É necessário agirmos. Mas quem poderá nos ajudar? Acredito que só Deus pode verdadeiramente nos ajudar. Não foi Deus quem criou, ou inventou as bombas relógio; mas ele é especialista em desligá-las. Quem inventa um mecanismo explosivo poderia também desligá-lo; mas é uma tragédia, para o mesmo, revelar o seu segredo. Ou quem sabe, é tão segredo que nem eles mesmos sabem.

        “No mundo tereis aflições, mas tende bom animo, pois eu venci o mundo”. Temos um sumo sacerdote, Jesus, e ele pode nos ajudar, pois foi provado em todas as coisas. Graças as Deus que nos dá a vitória por Cristo Jesus. Ele é o caminho a verdade e a vida. Mãos a obra!

                    Pr. Vanilson Alcântara