O cavaleiro Solitário

         Um cavaleiro é, na acepção mais básica da palavra, uma pessoa que monta a cavalo, mas o termo encerra uma grande variedade de sentidos, já que o fato de montar a cavalo teve, historicamente, significados muito diferentes (Wikipédia). Solitário no sentido de desenvolver a sua missão sozinho. Existiram várias cavalarias, inclusive uma da ordem de Alcântara, ‘não tem nada a ver comigo’. Muito embora o nome e o país Portugal, nosso colonizador, traga alguma relação. Para nós o cavaleiro solitário é aquele que está ou pensa que está desenvolvendo sua missão sozinho. Afirmo categoricamente que você não está sozinho. Você não é o único a amar ao Senhor, temê-lo e servi-lo. Há muitos que não dobraram os seus joelhos e nem beijou o sistema do mundo. “Não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do pai não está nele. Porque tudo que há no mundo, a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida, não procedem do pai, mas procede do mundo. Ora, o mundo passa, bem como a sua concupiscência; aquele, porém, que faz a vontade de Deus permanece eternamente”.

          Existe uma avassaladora campanha diabólica publicitária para nos fazer enxergar pela ótica maligna. Pois o que vemos muitas vezes acaba se tornando comum. A ótica maligna malogra a imagem do homem e conseqüentemente do seu Deus. Rebaixa o seu criador o adorando na criatura; ver e viver o antinatural como normal; o homem com um valor desvirtuado, ora supervalorizado ora valendo uma ninharia. Casais ‘altamente felizes’ nas suas trocas conjugais, nas novelas ‘Record - globais’; aproveitadores se safando cinematograficamente; massificação do valor pela quantidade de consumo; uma preguicite aguda na maior maré mansa; jovens sem bandeiras ou empunhando um cachimbo da morte; cristãos que vivem como anti-cristos, confessando com os lábios e negando-o com a vida; comodismo acentuado na vida pregressa; comodismo na missão de resgate do próximo; namorados que vão dormir debaixo dos mesmos lençóis; o último e a última virgem celebrando o ‘desvirginar-se’ nas telinhas e telonas.

              Você não está só. Existe um exercito ao seu lado. Muitos adoram a um Deus pessoal, soberano e sábio; muitos, a maioria mundial, se rende ao natural; muitos aceitam que o homem e a mulher são a imagem e semelhança de Deus, infelizmente depravada pelo pecado, mas com a possibilidade de regeneração; muitos casais vivem altamente felizes no seu único matrimonio; muitos entendem que a vida é uma oportunidade de servir, principalmente na empreitada eterna; muitos vivem aquilo que pregam, e quando não, se rendem àquele que dispensa graça para o crescimento, mas nunca, nunca, se rende ao marketing; muitos namorados se guardam para o casamento, galgando uma vida estruturada, colhendo durante uma existência a estabilidade que o sexo pré-matrimonial rouba. Não ceda aos apelos e ‘tristemunhos’ conhecidos.

            Você não está só. Mesmo que faltassem seus pares, você sempre contará com um Deus onipresente. Solitário mas nunca sozinho. Um com Deus é maioria. John Wesleyfalou: "Dai-me cem homens que nada temam senão o pecado, e que nada desejam senão a Deus, e eu abalarei o mundo." Será que não temos cem fieis na terra? Homens e mulher dos quais o mundo não é digno? Homens que abalam o mundo, com sua vida, suas propostas, seus serviços? Tenhamos cuidado com a ‘síndrome do cavaleiro solitário’ pois quem luta sozinho um dia se cansa e não tem um substituto à altura. No entanto, nós contamos com Deus e existem muito mais que sete mil que não dobraram os seus joelhos diante dos ‘monstros’ pós-modernos, da espiritualidade secularizada, do ecumenismo pluralista, da fé fingida e da operosidade sem fundamento bíblico-teológico. Não dobraram os joelhos e nem beijaram a promiscuidade escancarada em toda parte.

          Cavaleiro de um grande exército, “Sejam firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor...” Empunhando a espada do espírito, a couraça da justiça, o cinturão da verdade, o capacete da salvação, a sandália da evangelização, a fé e a poderosa arma da oração no espírito.

                                                                                                                             Pr. Vanilson Alcântara