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‘NOBRE’ PECADOR E ‘MISERÁVEL’ JUSTO


         Existe nobreza em ser pecador? E existe miserabilidade em ser justo? Esse tema surgiu de um ‘ato falho’ da minha parte. Estava com os obreiros e de repente, em determinada conversa, soltei: Nobre pecador. Rimos de montão. Depois percebi que é possível. Lembrei também de uma mensagem do padre Antonio Vieira sobre o bom ladrão. Já li essa mensagem. Nela ele argumentou que o ladrão da cruz arrependido foi um bom ladrão. Ou seja, o seu arrependimento o justificou, condenava os reis, e a todos aqueles ‘justos’ que crucificaram a Jesus. Esses dias li que é possível estarmos sinceramente errados. Termos toda convicção que está certo, mas mesmo assim, está errado. Bom, vamos lá. Quando é que o justo se torna miserável? Primeiro quando ele confia nos seus atos de justiça; na sua própria justiça. “Pois todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como o vento, nos arrebatam.” (Is. 64:6) Segundo, quando ele tem um discurso perfeito, uma indumentária perfeita, uma pragmática perfeita, mais um coração endurecido, justiceiro e farisaico. Terceiro, quando ele é demasiadamente justo. Ele ficou tão bom, que passou do ponto. Estragou! Brincadeiras à parte, tudo que é demais, já não é. O que é, é. O justo tornar-se miserável, quando não tem a exata percepção de si mesmo, do amor e perdão de Deus. O miserável justo é aquele que acha que merece louvor pelo que é, e se revolta quando não o recebe. E o ‘nobre pecador’? Nobre pecador é aquele que se reconhece pecador, sabe que hoje é justificado, tornou-se justo em Jesus, mas que ontem não o era. “Não há nem um justo se quer”. É aquele que entende que depende da graça, misericórdia e do perdão de Deus. É aquele que sabe que, ser pecador trás amarras, que essas amarras trazem sofrimentos, traz miserabilidades e a morte. É aquele que se decide por Jesus; busca em Deus a sua justificação e se esconde atrás da cruz de Cristo. O nobre pecador é aquele que não quer mais pecar; quando acidentalmente o faz, se arrepende imediatamente. É aquele que gostaria de não ter pecado jamais; que não julga os seus pares e que voltam atrás e se lançam aos pés do seu salvador em gratidão eterna. É aquele que busca a santificação, não para ser destacados, receber louvor; mas para está mais perto do seu amado e amigo salvador. O ‘nobre pecador’ não quer que os ‘justos miseráveis’ se afundem nas suas idiossincrasias e idiotices religiosas; por isso tem um olhar complacente com os mesmos.
Nosso objetivo não é exaltar o pecado e muito menos os atos ou estado pecaminoso. Pelo contrário, é mostrar que a justiça própria leva à exaltação e que isso é pecado. Que a justiça própria nos faz piores que um pecador convencido e consciente do seu estado. No primeiro caso continuamos andando para o abismo; no segundo teremos a possibilidade de mudarmos a direção. Mostrar que a nobreza não está em ser pecador, nas em reconhecer que o é, e buscar a solução na graça de Jesus. A miserabilidade de ser justo, não é em ser justo; mas em fazer da sua justiça um ato de vangloria e de ter direitos diante de Deus.
Precisamos reconhecer a presença do pecado, mas não nos rendermos a ela como status quo do homem renascido e guiado pelo Espírito. Quem nasceu de novo busca viver como tal. Precisamos ser justos como Ele é justo; mas esperar que Ele faça a diferença entre o justo e o pecador, entre o que o serve e o que não o serve. “Porque dele, e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.” (Rm. 11:36)
Pr. Vanilson Alcântara
Textos para meditação:
- Os dois filhos – Mt. 21:28-32
- Simão e a mulher pecadora – Lc. 7:36-50
- O filho pródigo – Lc. 15:11-32
- O Fariseu e um publicano – Lc. 18:9-14        

Um comentário:

  1. Deus abençõe ao Pastor pela palavra - como sempre uma bênção inspirada por Deus.

    Pessoalmente eu conheço os três grupos citados: já estive sinceramente errado. Falava com certeza e sinceridade em meu coração de coisas que eram falsas; quando compreendi o caminho que andava tentava subjulgar os outros ao evangelho que eu cria, mas sem amar de fato; mas graças a Deus hoje tenho compreendido o amor e a misericórdia de Deus em minha vida e compreendo que esse mesmo amor e misericórdia se derrama sobre a vida do mais sujo dos homens porque a vontade de Deus é salvá-lo. Deus também o ama e eu preciso aprender a amá-lo. Reconheço meus pecados do ontem e sei que hoje posso tropeçar, mas busco estar sempre de pé como de pé está o meu Senhor.

    Paz, Pastor!

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