O que foi parece que é mais ou maior do que o que será. Por que? Porque o que já foi, foi. Vivenciamos, experimentamos. O que será, será. Mas ainda não é. Pelo menos não foi ainda experienciado. Isso não quer dizer que o presente e principalmente o futuro não possam ser maiores e melhores que o passado. Provavelmente o será. De onde se veio, às vezes, é mais presente do que de onde se está. Por que? Porque onde você está é construção, também relação. Tem lugar que não é lugar (Não-lugares - Marc Augé ). Ou seja, todo lugar é construído na relação com o mesmo, e no reflexo da relação com o anterior. O que fizemos de bom ou ruim, parece mais vivo do que o que faremos, ou estamos fazendo. Por que? Porque àquele é fato, historia, nem que seja individual, não registrada; porém inscrita no ser. Mas o passado já passou... O que parece é que nada passou. Foi reescrito, ‘transfigurado’, ‘elevado’ ou ‘rebaixado’ à outra categoria. A saúde, parece, está no casamento, compromisso, entre o passado e o presente. Não dá para divorciar, adulterar, mudar, enganar-se. Mas se em Cristo somos nova criação? Pensemos: ‘o velho espírito’, não foi retirado e posto um novo espírito. O que mudou, o novo, foi a condição dele, a fonte alimentadora etc. O próprio Paulo, vez por outra, se lembrava, e era de certa forma influenciando pela sua historia. Tanto para motivá-lo como para humilhá-lo. “esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus.” Esquecer, é não deixar que o passado determine o presente, muito menos o futuro. O que deve determinar o presente é a principal e transformadora mudança e as mudanças operadas pela vivencia do passado, bem como o presente assumindo a sua missão, projetando-se para o futuro. Nosso maior alvo. Paulo não ‘esqueceu’, amnesiou, não negou a sua origem, historia, mas ‘incorporou’ as impressões que ficaram; claro, com o controle, governo das novas mudanças operadas. Ele tinha uma nova leitura. Não precisamos viver um caso de amor com o passado, por melhor que ele tenha sido. Devemos, sim, extrair as lições e impressões do mesmo. Ele não volta, não se repete, contudo também, não se esquece. A saúde está na natural aceitação dos fatos. O que poderíamos, jamais será. Por outro lado, não devemos nos atormentar, nos traumatizar pelas recordações. Tudo que foi de ruim, ‘passou’. Ou melhor, já fez o que ‘deveria’ ter sido feito. Aprendizado... O presente é recheado e embrulhado no passado. O segredo do viver está no desembrulhar do mesmo, controlando a porção que ele terá sobre cada construção do presente. O presente é um presente, porque é uma oportunidade de lidar com o passado com sabedoria, resignação, humildade e motivação, bem como a graça de projetar o ‘novo’, ou seja, a parte do passado que queremos ter amanhã.
Quanto mais Deus guiar os nossos dias... a interação entre o passado, presente, futuro e eternidade será mais harmoniosa.
P.S.:
Este texto é para reflexão, com a intenção de orientar os
desgovernados nas vias do passado, que estão se sentindo um péssimo
‘condutor’, ou um complicador, dando muito pitaco, como carona no
’carro’ aonde Deus é o motorista do presente em vias para o
futuro, eternidade.
Pr. Vanilson Alcantara
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